Antes tarde do que nunca ...
Sabe aquele tipo de anime que pede por atenção? E que suplica por uma boa dose de interpretação do espectador? Então. Mushishi faz parte desse time de animes que quer te tirar da zona de conforto, e lhe fazer desapegar do mundo. Exige concentração. Exige cortesia.
A história você já deve conhecer, mas não custa refrescar a memória por um instante. É assim. Ginko é um cara que viaja pelo mundo para investigar sobre os Mushis. Em todos os episódios, vamos acompanhar a jornada desse andarilho em busca da solução para diversos problemas sobrenaturais que afetam as pessoas de determinados lugares. Talvez a palavra sobrenatural faça remeter a imagem de monstros ou fantasmas horripilantes, mas não. Os mushis são descritos como seres em contato com a essência da vida na sua forma mais básica e pura. Devido à sua natureza passageira, a maioria dos seres humanos são incapazes de perceber os mushis e são alheios à sua existência, mas há alguns que possuem a capacidade de ver e interagir com tais seres, portanto, o lado sombrio é mais psicológico do que visual.
Nesta postagem vou comentar apenas a primeira temporada do anime de 26 episódios, do diretor Hiroshi Nagahama produzido pelos estúdio Artland. E farei uma segunda parte em breve comentando a segunda temporada do anime de 24 episódios que foram ao ar ano passado.
Lembrando que o Mushishi surgiu com o mangá criado pelo Yuki Urushibara que foi serializada na revista Afternoon.
Sem mais delongas, vamos filosofar sobre a vida (ou ao menos tentar).
Mushishi é um anime que desacelera e nós poe em contato com aquilo que é mais sagrado: nós mesmos. São episódios reflexivos e que não estão interligados uns aos outros. Por mais que o anime apresente uma temática sobrenatural, o clima é de muita calmaria, e ao mesmo tempo de uma aura profunda. Acredito que é necessário ter sensibilidade para que o sentimento poético flua em nós de forma natural e precisa. Do contrário, o impacto será nulo.
Eu ainda estou num relacionamento sério com a música The Sore Feet Song do Ally Ker, e com as imagens borradas que aparecem na abertura, que são por si só, fabulosas por sua simplicidade. O mesmo eu poderia dizer das paisagens variadas que o personagens Ginko passa ao longo do anime. Muitos episódios mostram com uma certa lentidão o ambiente, e também em muitos casos, até de um ângulo distante para que o quadro peque bastante do cenário na tela. Isso me fez lembrar da filosofia de Buda, de que é necessário parar e olhar em volta e perceber, que o mundo não gira em sua volta, mas você gira em torno do mundo. Em todos os momentos emblemáticos da nossa vida é preciso parar e observar os mushis atuando em nossa volta. Seja aquele que cega sua visão, ou aquele que te deixa fora de si, é obrigatório estar sempre atento. Ou ao menos, estar perto de uma pessoa que nos ajude a nos reencontrar como seres humanos, que venha nos mostrar o caminho a seguir. Não estou me referindo exclusivamente de religião, ou de algum Deus, mas também de pessoas comuns. Que vem e vão em nossa vida. Como o Ginko.
Eu ainda estou num relacionamento sério com a música The Sore Feet Song do Ally Ker, e com as imagens borradas que aparecem na abertura, que são por si só, fabulosas por sua simplicidade. O mesmo eu poderia dizer das paisagens variadas que o personagens Ginko passa ao longo do anime. Muitos episódios mostram com uma certa lentidão o ambiente, e também em muitos casos, até de um ângulo distante para que o quadro peque bastante do cenário na tela. Isso me fez lembrar da filosofia de Buda, de que é necessário parar e olhar em volta e perceber, que o mundo não gira em sua volta, mas você gira em torno do mundo. Em todos os momentos emblemáticos da nossa vida é preciso parar e observar os mushis atuando em nossa volta. Seja aquele que cega sua visão, ou aquele que te deixa fora de si, é obrigatório estar sempre atento. Ou ao menos, estar perto de uma pessoa que nos ajude a nos reencontrar como seres humanos, que venha nos mostrar o caminho a seguir. Não estou me referindo exclusivamente de religião, ou de algum Deus, mas também de pessoas comuns. Que vem e vão em nossa vida. Como o Ginko.
E falando em Ginko, eu o acho um personagem bastante carismático, por mais que ele não distribua sorrisos por ai. Sua serenidade traz um ar de mistério. E é essa excentricidade, que o torna único e enigmático. E principalmente: humano.
Enfim. Não recomendo que ninguém maratone os episódios de Mushishi, até porque isso faria você perder muitas nuances da obra. Como disse no começo, é um anime que exige calma e cortesia. Não vi um episódio que não tivesse nada a acrescentar na história. Engraçado isso, já que o anime não segue uma risca de acontecimentos que remetem um ao outro. Acho essa característica deslumbrante. Então, minha dica é: deguste com calma. E boa melancolia, meu jovem ;)
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