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Os mechas invadem o blog com direito à duas temporadas, enjoy!
Paradigm City, também conhecida como Amnesia, é uma cidade sem memória. Um misterioso evento que quase aniquilou a cidade fez com que sua população se esquecesse completamente dos fatos ocorridos antes do mesmo: recém-casados não reconheciam seus parceiros, pais não se lembravam dos filhos, conhecimentos científicos foram perdidos. A história da cidade e seus habitantes começou do zero, a partir de então, juntamente com a ascensão vertiginosa da poderosa Corporação Paradigm, considerada "Deus e Governo" para os habitantes de Paradigm City.
É neste cenário que encontramos Roger Smith, um cara "boa-pinta" que trabalha como negociador, que tem como função atuar como intermediador de confiança em negociações delicadas, tais como pagamentos de sequestros. Roger é o mais conceituado negociador de Paradigm City, e seus honorários elevados permitem que ele desfrute de um excelente padrão de vida. Apesar do dinheiro e da posição de status que desfruta em Paradigm City, Roger é uma pessoa honrada e de firmes princípios, que não aceita casos apenas pelo dinheiro.
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Produzido pelo estúdio Sunrise e dirigido pelo Kazuyoshi Katayama (Persia, the Magic Fairy, Appleseed, Doomed Megalopolis, King of Thorn) com o designer de Keiichi Sato (City Hunter, Ninja Resurrection), a animação foi ao ar em 1999 com a estimativa de 26 episódios, mas acabou indo para TV apenas 13, por causa da baixa audiência no Japão - ao contrário da recepção internacional, que foi bem calorosa. Por conta disso, The Big O ganhou a segunda temporada com mais 13 episódios. A equipe de roteiristas ficou por conta do escritor Chiaki J. Konaka, conhecido por seu trabalho na série Digimon, Digimon Tamers.
The Big O ganhou um mangá pela editora Kodansha pelas mãos do Hitoshi Ariga com 6 volumes. Mas tarde, ganhou mais uma continuaçãozinha em mais 2. The Big O é um tributo para as séries produzidas pelos japoneses e ocidentais na década de 1960 e 1970. O anime possui aquele clima Noir, e todas as suas principais características (leia-se clichês) do gênero, e misturou bem tudo isso em meio aos Mechas. Grande parte dos episódios são homenagens aos tokusatsus dos anos 1950 e 1960, em particular os filmes do Toho Kaiju (leia-se todos os Godzillas).
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Keiichi Sato confessou mais tarde na cara dura que tudo não passava de uma estratégia de marketing, ou seja, a intenção verdadeira era em vender brinquedo e mais nada. Mas para o seu azar, a Bandai Hobby Division não viu o mesmo potencial, e a partir daí as negociações ficaram por conta da Bandai Visual, e mais robôs foram criados para vender ainda mais, por conselho da Sunrise. Foi aí que o Chiaki J. Konaka entrou na dança com a ideia de criar uma cidade sem memória para os personagens, Sato e Katayama aprovaram essa ideia. Uma equipe de roteiristas então foram contratados para dar uma senhora mãozinha nas histórias. Nasce The Big O.
Uma das coisas que atraiu minha curiosidade com esta série feito imã, sem dúvidas, foi o visual. Como diria o escritor Charles Bukowski, ter estilo é tudo. E isso vale para animes também. Não adianta ter uma história redondinha, se os personagens não possuem estilo. Se suas personalidades são tão vazias feito estômago de mendigo, o show fica incompleto. Sabe por quê? Porque eu acredito que animes como este, requer uma aparência forte. Eu diria até que a aparência é o essencial. Isso inclui não só o carácter designer dos cenários etc, mas diz respeito à trilha sonora, as cores dark, trejeitos de personagens, e por aí vai. Já pensou como seria os filmes do James Bond sem estilo? ou seja, sem todas essas características que acabei de citar acima? Pois é, eu também nem quero pensar. Claro que esses requisitos são sempre bem vindos pra todo tipo de anime, porém, convenhamos que um anime de mecha noir, requer o dobro. E isso eu senti isso logo nos primeiros minutos do The Big O, coisa essa que foi se estendendo até o fim dos episódios. Entende o que eu quero dizer? Por mais que a história fosse ficando monótona no decorrer, eu continuaria vendo só porque gosto dos personagens e daquele universo em geral. Independente se a chama se acendesse novamente na série ou não, eu assistiria até o fim. Porque o anime havia me raptado e me prendido em cárcere privado. Perdão pelo trocadilho, mas só o Roger Smith era capaz de negociar minha liberdade.
E falando em Roger Smith, o protagonista boa pinta, eu não posso deixar de dizer que ele foi a chave mestra pra que eu me apaixonasse pela história. Fala sério, como eu não me apaixonaria por um bonitão que só acorda ao som de um piano suave, que só veste seu terninho escuro, e anda em um cadillac preto com sua parceira androide cara de tédio para solucionar mistérios? Mais ainda, quando chamava em ação o seu robô gigante tudo ficava ainda mais interessante, e olha que eu não sou grande fã de robôs, tenho tara mesmo é por naves, mas enfim. Senti um grande clima ''fodastico'' se pairando no ar, como se os personagens soubessem o que queriam, não havia contradições entre eles. Os quatros personagens centrais, o negociador Roger Smith, a androide Dorothy, o mordomo Norman, o chefe da polícia Dan Dastun, tinham suas particularidades, e juntos formavam a junção do quebra-cabeças, havia química entre eles, existia cumplicidade nas ideias e nos diálogos, e isso é um super ponto positivo. Cada vilão também era mega distinto um do outro (tanto em aparência como em personalidade mesmo), e isso os diferenciava, em especial o Michael Seibach, uma espécie de Shishio (vilão de Samurai X) em versão cômica. Por mais que os vilões fossem extremamente sérios e trouxessem conflitos realmente ameaçadores na série, o cabelo de um, a roupa do outro, trazia um ar de carisma para cada um, e por assim dizer: estilo.
Paradgim City, a cidade sem memórias, grande palco entre lutas físicas e internas, é um dos cenários que mais me fascinaram. Quando o Roger Smith dava uma volta com sua cadillac ou até mesmo apé pela cidade, meus olhos brilhavam de tesão. Não sei se é porque eu tenho fetiche pelo gênero noir em questão, mas sempre que o anime proporcionava uma amplitude maior do ambiente, meu cabeção pirava. O designer das casas e prédios, carros e robôs, o céu cinza, tudo me era um convite pra mergulhar ainda mais na história. Porém, não vá pensando que pará por aí, não foi só de aparências que a cidade se manteve nos seus 26 episódios, a cidade era um personagem por si só, as vezes dizia mais que um personagem ou uma situação. Ela engolia todos, e mais tarde vomitava-os em completo anseio de saber ainda mais sobre ela. Vou explicar.
É assim. A cidade Paradigm City era um lugar fantástico por envolver fatores pelas quais a tornava ainda mais instigadora. Uma delas é o preconceito. Big O, o robô gigante protagonista, apesar de ser o grande salva vidas da cidade, é odiado pelas pessoas, principalmente os policiais. Na cidade também existe totalitarismo, o domínio opressivo por parte do Estado, no caso, a corporação Paradigm City, foi algo muito evidente em muitos episódios. Existe também exclusão social. O episódio que mais gostei na série (que inclusive envolve esses fatores que citei acima), foi o de número 14, onde o Roger perde suas memórias atuais aos poucos, justamente pela cidade se esquecer dele, e Roger vai se perdendo nessa crise de identidade. Amei tudo. Foi uma história perfeita do começo ao fim. Pude me aproximar muito mais do protagonista e daquela cidade. Não só por contar um pouco do passado dele, mas sim por criar uma ponte entre nós. Isto quer dizer, um vinculo mais próximo para adentrar ao coração da história. Entendê-los. O desfecho foi de uma reflexão inevitável. Caso você assista, você intenderá perfeitamente do que estou falando.
Mas voltando ao ponto inicial, Paradigm City é aquela cidade que você olha e quer morar nela, apesar de conter uma ferida aberta. A sensação de claustrofobia foi algo em mim que se fazia presente toda vez que olhava pelos edifícios altos. E isso é uma coisa boa, porque aquele nó na garganta, o sentimento sufocante, é um fator decisivo para transpassar aos telespectadores o mesmo que talvez aqueles personagens sentiam vivendo naquela cidade sem memórias. Esse tema ''Amnesia'' é uma coisa recorrente ao estilo noir. A maioria das histórias que são focadas em um só personagem, principalmente àqueles que precisam provar sua inocência, mas que ao final acabam não conseguindo provar a inocência para si mesmos, me leva a crer na autenticidade do 'gênero' proposto. Um mergulho total em tudo que existe de melhor nesse estilo. Pode-se dizer clichês? Sim, mas clichês muito interessantes, uma vez que a abordagem me faz acreditar em algo novo.
Mas voltando ao ponto inicial, Paradigm City é aquela cidade que você olha e quer morar nela, apesar de conter uma ferida aberta. A sensação de claustrofobia foi algo em mim que se fazia presente toda vez que olhava pelos edifícios altos. E isso é uma coisa boa, porque aquele nó na garganta, o sentimento sufocante, é um fator decisivo para transpassar aos telespectadores o mesmo que talvez aqueles personagens sentiam vivendo naquela cidade sem memórias. Esse tema ''Amnesia'' é uma coisa recorrente ao estilo noir. A maioria das histórias que são focadas em um só personagem, principalmente àqueles que precisam provar sua inocência, mas que ao final acabam não conseguindo provar a inocência para si mesmos, me leva a crer na autenticidade do 'gênero' proposto. Um mergulho total em tudo que existe de melhor nesse estilo. Pode-se dizer clichês? Sim, mas clichês muito interessantes, uma vez que a abordagem me faz acreditar em algo novo.
Alusões ao estilo noir e suas referencias
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Há quem diga que o Roger Smith é parecido com o Bruce Wayne de Batman. E eu digo que estão totalmente certos. Começando com o visual mega semelhante dos dois, cabelo penteado para trás, e as roupas pretas. Assim como Bruce, Roger se orgulha de ser um playboy rico, mesmo que as regras de seu condomínio sejam diferentes. Existe muita semelhança também na política de vida dos dois, aquela de não usar arma, mesmo que o Roger seja mais flexível à isso em alguns momentos. Preenchendo mais uma lacuna de referencias, o Mordomo Norman, se assemelha ao papel de Alfred Pennyworth, e o Dan Dastun, o policial honesto e amigo, com o do Jim Gordon.
A trilha sonora de The Big O foi marcada por composições de sinfonia clássica, imergida cada vez mais no eletrônico e jazz. O responsável por isso é o Toshihiko Sahashi, conhecido pela quantidade de conhecimento musical assustadora em dramas televisivos no exterior. Os momentos de espionagem foram marcadas por músicas que se igualam ao filme The Twilight Zone, e os temas de batalha de robôs são composições do Akira Ifukube.
Eu poderia ficar horas e horas falando sobre essa série aqui no blog, mas com certeza eu iria esquecer de mais alguma coisa. Portanto, me desculpe se deixei de comentar algo. The Big O foi uma série que me conquistou não pelo mecha, mas sim pelos conceitos noir inseridas nela. Não que o mecha esteja mal desenvolvido, longe disso. No entanto, eu me simpatizei mais com a ''história parada'' do que com os momentos de ação - repito: não que eles sejam ruins. Os personagens também são muito agradáveis, sem dúvida, foram por causa deles que assisti os episódios mais chatinhos. No entanto, mesmo os mais chatinhos eram bons. Sempre se podia tirar algo de bom dela, a história avançava um pouco mais em cada episódio, e jamais ficou empacada.
Enfim, se você gosta de animes assim, vai fundo, The Big O é para você.
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See You Later!
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