Cavalheiros inter-galácticos. Aaaah, como isso soa bem aos meus ouvidos. ;) #orgasmos
Em um futuro muito distante, mil anos depois em que os humanos fugiram da terra - depois de ter sido destruída por metamórfos alienígenas denominados ''Gauna'' - as naves espaciais andam por todo o planeta na maior facilidade. Uma dessas naves se chama Sidonia, que é na verdade um lugar que desenvolveu sua própria cultura humana, onde a clonagem humana, a reprodução assexuada, engenharia humana, tais como a fotossíntese em pessoas, são muito comuns. Com aproximadamente 500.000 pessoas vivendo por lá, Sidonia é o único lugar habitável comparável ao resto do universo, pelo menos é o que se sabe, já que o destino de outras Naves é desconhecida.
Pouco se sabe sobre a verdadeira natureza dos Gauna, e quais são suas verdadeiras razões para atacar a humanidade. Cada Gauna tem o seu núcleo protegido por uma enorme massa conhecido como ''placenta'', e, uma vez que for atingida ou mandada para longe, Gauna se desintegra-se.
Tendo isso em mente, Sidonia necessita ser defendida por armas mecanizadas por seus guardiões, cujo armamento e mobilidade é alimentado por "partículas", armados com um canhão de alta potência para ataques de longo alcance e uma especial lâmina conhecido como "Kabizashi" para combate corpo a corpo, que é feito de um material indescritível que pode facilmente destruir o núcleo de uma Gauna. A maioria das pessoas na população humana sobrevivente são selecionados e elaborado como pilotos da Guarda em uma idade jovem, se eles forem capazes de pilotar eles.
E é sobre isso que a história se trata. Nagate Tanikaze é um jovem que viveu por muito tempo na camada subterrânea de Sidonia - desde o seu nascimento, criado por seu avô. Mesmo não tendo se encontrado com ninguém, ele treinou em seu velho simulador a ser um piloto guardião, eventualmente, aprendeu a dominá-lo. Após a morte de seu avô, ele vai parar no lugar onde a população de Sidonia vive, e consequentemente, é testado para ser um guardião local, na esperança de defender Sidonia dos ataques de Gauna, usando seus habilidades pendentes de combate.
Vou confessar uma coisa ; eu adoro assistir á uma série ou filme sem saber nada sobre a história. Eu simplesmente gosto de descobrir do que se trata ali na hora, por acaso. Claro, existem certas restrições, como por exemplo; saber quem é o diretor e qual o gênero a ser tratado, no mais, é só isso mesmo. Sim, eu amo ignorar sinopse de qualquer coisa que seja. Não é que seja por preguiça, mas sim uma forma de estar mais ligada na história, mais atenta, e etc. Eu costumo não prosseguir com essa minha mania em relação aos animes, pelo menos na maioria dos casos, porque as vezes já conheço o mangá de outros carnavais, vejo um ou outro comentando a respeito, e quando me dou conta, já to sabendo até quem é o avô do vilão. Fico feliz que com Sidonia no Kishi não foi exatamente assim. As únicas coisas que sabia á respeito, era que se tratava de uma história de ficção científica que envolvia espaço. Pronto, já foi o suficiente pra me deixar eufórica, com os hormônios borbulhando em excitação. Tenho que confessar também que; não fui assistir só porque se tratava de temas que pessoalmente me interessam, mas também por ser a adaptação de um mangá super elogiado, bem desenhado, e bem escrito. Seria um tremendo milagre se meus olhos não se sobressaltassem sabendo dessas pequenas informações, que definitivamente, me convenceram facilmente á assistir o anime estreado nessa temporada passada. Lógico, não poderia deixar em branco, preciso compartilhar meu contato com Sidonia no Kishi.
Santo deus, ao folhear digitalmente o mangá - pra ver se a história é mais ou menos igual da série - fiquei estarrecida com tamanho perfeccionismo (com relação a arte). Fiquei alguns minutos hipnotizada, e, me perguntando como é possível um universo abstrato ser tão bem desenhado, pensado, construído. Eu parecia uma cachorrinha babando ao olhar o petisco. Sério. O mangá tem um ''efeito maconha'' inacreditável, só de dar uma olhada por cima, dá pra dar uma viajada legal no contexto da obra. Daí você já sabe, é aquela velha história .. '' Óh my God, poooor que não vi isso antes? '' ..
O autor do mangá, Tsutomu Nihei, é um dos autores mais renomados do Japão. Deu vida pra obras como Blame, Abara, Biomega e tantas outras, é considerado um dos influenciadores do cyberpunk atualmente. Nihei estudou arquitetura, consequentemente, isso explica o fascínio que teve pelas estruturas construídas por ele no mangá. Com animação do estúdio Polygon Pictures, Knights of Sidonia foi feito em CG. Apesar de ser novato no ramo das animações, o estúdio é um dos mais antigos do Japão, trabalhando com 3G, e, tendo participado até de produção de games como Street Fighter IV e Onimusha 2. Na direção temos Shizuno Koubun responsável por alguns filmes de Detective Conan, e também temos Murai Sadayuki como roteirista – foi ele quem cuidou das adaptações da terceira e quarta temporada de Natsume Yuujinchou.
Sempre disse aqui e ainda bato na mesma tecla ; tem que saber lidar com o CG. Se utiliza-lo em demasiado ou então em momentos inoportunos, pode ter certeza, não vai ficar legal. E esse era até então, o pior medo de todos os fãs da obra. Sorte nossa que essa bendita técnica até que se manteve comportada durante a exibição dos episódios. No início até dá uma espantada, mas não chega no ponto de incomodar em demasiado (ainda bem). Todas as cenas de ação estão no ponto, bem como as cenas mais paradas. Engraçado eu dizer isso vindo de uma técnica odiada, mas, tivemos a sorte da equipe de produção - responsável pelo CG -ser a mesma que já trabalhou no filme Sky Crawlers, e que por sinal, só aquilo é que salva o filme.
Fora a parte técnica, temos as mãos de Nihei, aquela em que muitos acreditam que pode se tornar sua obra máxima. A série já é a maior do autor, tendo 12 volumes e ainda em andamento desde 2009 na revista seinenAfternoon, da Kodansha. Quem acompanhou algum mangá anterior do autor sabe que Nihei adora explorar ao máximo as características emocionais de seus personagens de uma maneira própria, que muitos até ignoram. Não é a toa que o autor nunca foi um sinônimo de produto e material pop de massa. Em Sidonia não é diferente. Ao misturar robôs com a busca da sobrevivência da humanidade, Nihei cria uma obra que pode não ser do agrado de todos, mas que apresenta um material alternativo a grande parte do que encontramos hoje no mercado.
Attack on titan espacial? I Like. |
A série anime foi recebida com elogios pelos membros famosos da indústria do anime/jogo japonês, como Hideo Kojima, criador da série Metal Gear, que afirma que "é uma espécie de anime que não temos visto há algum tempo, que tem esse espírito de sci-fi. Usando tecnologia digital cultivada por meio de jogos, ele cria animação que encapsula os ativos do Japão cultural, como mangá, animação, cel, kanji, robôs gigantes, etc O que nasce é um trabalho exclusivo 'made-in-Japan' que nunca poderia ser cozinhado em Hollywood. A cultura japonesa perdeu o seu "cool", e Sidonia no Kishi será o cavaleiro branco que irá salva-lo''. Outros profissionais da indústria deixaram agradecimentos ao Kojima, incluindo Akiko Higashimura, Digitarou e Yoshinao Dao.
Certamente, uma das coisas que mais amei em Sidonia, sem dúvida, foi o clima. A proposta de início soa sem pé e nem cabeça (mas isso passa na metade do primeiro episódio), as coisas demoram a entrar no tranco (no aspecto história, as reais intenções dos personagens), o ritmo é lento - mesmo tendo muita ação do começo ao fim - as poucas informações dos personagens dadas ao longo do anime por exemplo, são muito vazias, parece que é explicado por cima, como se mais tarde a gente fosse saber o porque daquilo tudo, só que na verdade esse momento nunca chega, mas o clima, isso sim é encantador. Tudo bem que aqui temos um protagonista sem expressão, entretanto, creio eu que seja por causa do CG. Então, dá pra ignorar. Eu simplesmente amei a paleta de cores utilizada em Sidonia, tinha muita cara de ficção científica . E isso é ótimo pra série. Sem contar a trilha sonora, as vezes tinha um certo ar de psicodelismo e sabia avançar conforme a situação pedia, a música de abertura ''Sidonia'' por Angela, remetia a uma série histórica e se encaixou satisfatoriamente ali, bem como o encerramento ''Show'' por Eri Kitamura.
Sinceramente, eu espero muito mais da segunda temporada - que já está confirmada. Existem muitas coisas a se explorar, e essa estréia pra mim foi apenas uma introdução, afinal existem muitos pontos que foram deixadas em aberta. No mais, apesar dos apesares, Sidonia no Kishi despertou algo em mim que há um ''muito'' tempo havia morrido; a esperança na diversidade de histórias nos animes atuais. E por que não no aprofundamento da ficção científica em questão? Bom, o primeiro passo foi dado, só espero que o segundo não seja maior que a perna.
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Nota: 3,5/5,0
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